Ah a neve... Tão bonita e tão ordinária. Quem me conhece já sabe da relação amor e ódio que tenho com ela.
Confesso que a primeira vez que eu vi neve eu quase chorei. Uns dias antes, havia sido anunciado a possibilidade de neve, e eu e minha amiga ficamos ansiosamente esperando. Em vão. Não nevou nada naquele dia e se não me engano, nem tão frio estava. Nesse dia, minha amiga veio e casa e ficamos assistindo filmes e olhando na janela pra ver se havia alguma mudança climática. Depois de dezenas de vezes que olhamos a janela, minha amiga gritou: "Lilian! Ta nevando!" E saiu correndo pela porta dos fundos. Ela, do interior de São Paulo, também nunca havia visto neve. Era cerca de 10 da noite, estava bem escuro e a gente via pequenos floquinhos brancos caindo do céu. Para mim aquilo era um milagre, somente Deus para fazer algo tão bonito. Meus olhos encheram de lagrimas, era um sonho realizado. Pensava na minha mãe, que sempre quis ver a neve pessoalmente. Havíamos visto fotos dos meus avos na neve, quando eles ainda moravam na Lituânia, e desde então tínhamos essa curiosidade com a neve. Minha avo dizia que era tão frio la, que a impressão era de que a neve era quente. Tudo isso me veio a mente, como um flashback, enquanto eu estava ali vendo o quintal dos fundos sendo coberto pela neve. E nevava tão pouco, que perguntei a Pamela se aquilo era tudo e ela me disse que aquilo não era nada, que em New York neva muito mais. Fico imaginando o que passava na cabeça dela enquanto ela via duas pamonhas (eu e minha amiga) praticamente rolando no chão mendigando o que parecia como um copo de raspadinha que havia caído no chão. Ela que esta acostumada a ter neve ate os joelhos, deve ter achado aquilo uma caipiragem sem tamanho, haha.
No dia seguinte, depois que a neve havia se acumulado, fizemos boneco de neve, guerrinha com bolas de neve, brincamos, tiramos fotos e sofremos com o frio. Nessa época, tudo era festa, pois eu morava no meu trabalho, dirigia um carro do ano, grande, que dava muito mais segurança pra dirigir, e não era meu, de qualquer forma.
No ano seguinte já não gostei muito da historia de nevar. Eu estava na igreja a tarde quando minha ex chefe me ligou mandando eu voltar pra casa porque estava nevando forte e eu não tinha experiência de dirigir na neve. Fiquei injuriada porque eu queria ficar na igreja e não podia. A volta para casa foi um caos. O percurso que levava 45 minutos, levou mais de 2 horas por conta da neve. O estado não estava preparado (como sempre) pra receber tanta neve e as ruas ficaram interditadas, tinha acidentes em todos os cantos, carros dirigindo a 5 km por hora. O pouco de sal que jogaram nas ruas (pra derreter a neve) a tempo, ficou tudo grudado na pintura do carro. Cheguei em casa cansada, estressada, e brava porque eu tinha acabado de lavar o carro que agora estava sendo corroído pelo sal.
Agora a historia é ainda pior. O dia que neva, ou eu não vou trabalhar, (o que é péssimo considerando que ganho por hora) ou me arrisco a dirigir nas ruas que mais parecem uma grande pista de patinação no gelo. Esse ano, por exemplo, nevou na madrugada de domingo pra segunda. Meus chefes estavam viajando, e as crianças estavam com a avo em casa, que tinha consulta medica marcada, e eu fui obrigada a chegar as 9 da manha. Eu estava dirigindo em uma rodovia com apenas 2 pistas, (uma mao indo e uma vindo) quando um carro entrou de repente na minha frente e fui obrigada a frear. Pronto! La vai meu carro derrapar na pista! Eu tinha 2 opções: deixava meu carro ir pro lado q ele escolheu e cair no barranco, ou virar o volante com tudo e bater de frente com o carro que estava vindo em minha direção. Considerando a velocidade que eu estava, achei q faria menos estrago uma pequena colisão. O que acontece depois de uma nevasca, é que um carro segue a trilha do outro, formando um buraco na neve que parece um trilho de trem. Milagrosamente, meu carro encaixou novamente nesses trilhos, e continuei a jornada sem nenhum acidente. Ufa!
O que mais me irrita nessa historia de neve aqui no estado de North Carolina, é que todos mundo sabia que esse seria um inverno rigoroso. Em pleno outono, chegamos a ter quase 10 dias de temperaturas abaixo de zero, o que não é normal. No dia anterior da nevasca, passa em todos os canais de TV e radio sobre a "tempestade de inverno". Eles falam que o governo e o departamento de transporte esta se preparando, e mostra os caminhões com sal, e caminhões pra recolher a neve, aquela turma toda vestida a rigor, e te da uma segurança que enfim, eles se prepararam e não haverá problemas. Meia hora depois que começou a nevar, você ouve os anúncios de que cancelaram aulas, prédios da prefeitura estarão fechados, comercio, avisos pra não sair de casa, um caos. A pergunta é: eles já não sabiam que ia nevar? E muito? Cadê toda a preparação deles? Em New York, a neve ta cobrindo a cabeça e a vida continua normal. Aqui, não nevou nem um palmo e já vira calamidade. Um absurdo! Só esse mês de janeiro, já nevou mais que a quantidade que geralmente neva o ano todo aqui. E a previsão é nevar mais ate o fim de fevereiro. Só espero que seja no fim de semana...
Confesso que a primeira vez que eu vi neve eu quase chorei. Uns dias antes, havia sido anunciado a possibilidade de neve, e eu e minha amiga ficamos ansiosamente esperando. Em vão. Não nevou nada naquele dia e se não me engano, nem tão frio estava. Nesse dia, minha amiga veio e casa e ficamos assistindo filmes e olhando na janela pra ver se havia alguma mudança climática. Depois de dezenas de vezes que olhamos a janela, minha amiga gritou: "Lilian! Ta nevando!" E saiu correndo pela porta dos fundos. Ela, do interior de São Paulo, também nunca havia visto neve. Era cerca de 10 da noite, estava bem escuro e a gente via pequenos floquinhos brancos caindo do céu. Para mim aquilo era um milagre, somente Deus para fazer algo tão bonito. Meus olhos encheram de lagrimas, era um sonho realizado. Pensava na minha mãe, que sempre quis ver a neve pessoalmente. Havíamos visto fotos dos meus avos na neve, quando eles ainda moravam na Lituânia, e desde então tínhamos essa curiosidade com a neve. Minha avo dizia que era tão frio la, que a impressão era de que a neve era quente. Tudo isso me veio a mente, como um flashback, enquanto eu estava ali vendo o quintal dos fundos sendo coberto pela neve. E nevava tão pouco, que perguntei a Pamela se aquilo era tudo e ela me disse que aquilo não era nada, que em New York neva muito mais. Fico imaginando o que passava na cabeça dela enquanto ela via duas pamonhas (eu e minha amiga) praticamente rolando no chão mendigando o que parecia como um copo de raspadinha que havia caído no chão. Ela que esta acostumada a ter neve ate os joelhos, deve ter achado aquilo uma caipiragem sem tamanho, haha.
No dia seguinte, depois que a neve havia se acumulado, fizemos boneco de neve, guerrinha com bolas de neve, brincamos, tiramos fotos e sofremos com o frio. Nessa época, tudo era festa, pois eu morava no meu trabalho, dirigia um carro do ano, grande, que dava muito mais segurança pra dirigir, e não era meu, de qualquer forma.
No ano seguinte já não gostei muito da historia de nevar. Eu estava na igreja a tarde quando minha ex chefe me ligou mandando eu voltar pra casa porque estava nevando forte e eu não tinha experiência de dirigir na neve. Fiquei injuriada porque eu queria ficar na igreja e não podia. A volta para casa foi um caos. O percurso que levava 45 minutos, levou mais de 2 horas por conta da neve. O estado não estava preparado (como sempre) pra receber tanta neve e as ruas ficaram interditadas, tinha acidentes em todos os cantos, carros dirigindo a 5 km por hora. O pouco de sal que jogaram nas ruas (pra derreter a neve) a tempo, ficou tudo grudado na pintura do carro. Cheguei em casa cansada, estressada, e brava porque eu tinha acabado de lavar o carro que agora estava sendo corroído pelo sal.
Agora a historia é ainda pior. O dia que neva, ou eu não vou trabalhar, (o que é péssimo considerando que ganho por hora) ou me arrisco a dirigir nas ruas que mais parecem uma grande pista de patinação no gelo. Esse ano, por exemplo, nevou na madrugada de domingo pra segunda. Meus chefes estavam viajando, e as crianças estavam com a avo em casa, que tinha consulta medica marcada, e eu fui obrigada a chegar as 9 da manha. Eu estava dirigindo em uma rodovia com apenas 2 pistas, (uma mao indo e uma vindo) quando um carro entrou de repente na minha frente e fui obrigada a frear. Pronto! La vai meu carro derrapar na pista! Eu tinha 2 opções: deixava meu carro ir pro lado q ele escolheu e cair no barranco, ou virar o volante com tudo e bater de frente com o carro que estava vindo em minha direção. Considerando a velocidade que eu estava, achei q faria menos estrago uma pequena colisão. O que acontece depois de uma nevasca, é que um carro segue a trilha do outro, formando um buraco na neve que parece um trilho de trem. Milagrosamente, meu carro encaixou novamente nesses trilhos, e continuei a jornada sem nenhum acidente. Ufa!
O que mais me irrita nessa historia de neve aqui no estado de North Carolina, é que todos mundo sabia que esse seria um inverno rigoroso. Em pleno outono, chegamos a ter quase 10 dias de temperaturas abaixo de zero, o que não é normal. No dia anterior da nevasca, passa em todos os canais de TV e radio sobre a "tempestade de inverno". Eles falam que o governo e o departamento de transporte esta se preparando, e mostra os caminhões com sal, e caminhões pra recolher a neve, aquela turma toda vestida a rigor, e te da uma segurança que enfim, eles se prepararam e não haverá problemas. Meia hora depois que começou a nevar, você ouve os anúncios de que cancelaram aulas, prédios da prefeitura estarão fechados, comercio, avisos pra não sair de casa, um caos. A pergunta é: eles já não sabiam que ia nevar? E muito? Cadê toda a preparação deles? Em New York, a neve ta cobrindo a cabeça e a vida continua normal. Aqui, não nevou nem um palmo e já vira calamidade. Um absurdo! Só esse mês de janeiro, já nevou mais que a quantidade que geralmente neva o ano todo aqui. E a previsão é nevar mais ate o fim de fevereiro. Só espero que seja no fim de semana...
Neve em NC
Neve em NY
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